SEMENTE

De uma simples semente 

Desabrochou a mais bela flor 

Refulgiu meu jardim eternamente 

E meu ébrio coração de amor 

Márcio Silva 

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RAINHA

De uma simplicidade invulgar 

Esta nobre e especial menina 

Meu ébrio coração veio despertar 

Sua Alteza, minha Rainha 

De ternura incandescente 

O brilho do seu olhar 

Em mim vive permanente 

Minha alma faz transbordar 

De alegria e felicidade 

Em todos os momentos 

Esta esbelta raridade 

Extasia meus pensamentos 

Tão profundos e sentidos 

Na sua adorável companhia 

Os nossos momentos vividos 

Enchendo-os de pura magia 

Márcio Silva 

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QUEDA

Seduz-me essa tua loucura

cheira a vida, cheira a força

trazes nos olhos a faísca

de quem solto se entrega

e arrasta consigo o pó da vida

Seduz-me essa tua insanidade

Com que perfumas a eternidade 

Desta vida tão fugaz

Teu olhar jorra a magia 

Que ilumina o mais cinzento dia

De uma alma sem paz

Sou louca porque em fogo me atrais

Sou estrela que cai do infinito

buscando em ti, chão fertil, seguro

aconchego da queda que é de estar viva

Sou louco porque me ferves o sangue

Que nas veias me corre em fogo 

Como lava jorrada por um vulcão

Sou estrela cadente deambulante 

Alma inquieta e errante, sem corpo 

Pó da vida caído por terra 

Aconchego da tua queda 

Viva e segura, neste fértil chão... 

Escrita a duas mãos por :

Márcio Silva & Ruth Collaço

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PEJADO

Pejado deste vazio 

Desta funesta realidade 

Neste tempo tão ambíguo 

Desta vulgar normalidade 

Submetida às aparências 

Em profunda enfermidade 

Dando ouvidos às eloquências 

Deturpando a verdade 

Para seu próprio benefício 

Dilacerando tudo em redor 

Tornam o mundo cilício

Apoiando o seu mentor 

Propagam a sua sagacidade 

Para sua mera conveniência 

Submetendo a humanidade 

À eterna e voraz sobrevivência 

Márcio Silva 

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O AR QUE RESPIRO

A rua estava deserta e ventosa! 

Sento no meco do costume, onde te aguardo sempre. 

O sol brilha com todo o seu esplendor, e vai-me fazendo companhia enquanto não chegas. 

Ambos aguardamos a tua chegada… 

O vento é agreste de tal forma, que não consigo ouvir a água a cair do tanque! 

As folhas caídas, deambulam em rebuliço ao sabor do vento! 

Mesmo agreste, emana a mais doce e suave fragrância que alguma vez inalei! 

O teu perfume… 

Extasiando-me todos os sentimentos e sentidos… 

O sol começa a ficar impaciente com a tua ausência, diz já querer ir embora e aconselha-me a fazer o mesmo. 

Mais uma vez, não resultou… 

Permaneço ali sentado e digo, tu não me entendes pois não?!!!

Eu sei!!! 

Talvez um dia entendas, ou eu te explique… 

Que preciso aqui vir todos os dias para viver. 

Porque aqui tem o que mais necessito para viver… 

O ar que respiro!!! 

Porque o ar que respiro, tem o cheiro do teu perfume… 

Meu Amor 

Márcio Silva 

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NÁUFRAGO

Navego sem direção

Em águas gélidas e turbulentas

Incomensurável inquietação

Tortura as minhas crenças

Náufrago duma loucura insana

Na dança das águas salgadas

Divagando numa mente profana

Ao som das ondas quebradas

Em finas areias movediças

Tão fugazes aos meus pés

Vão chacinando as feridas

Que se abriram outra vez

Escutando a tua sapiência

Tua imensidão me acalma

Imprescindível a tua existência

Onde liberto a minha alma

Márcio Silva 

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LÚCIDO

Ele estava completamente lúcido, aquando a sua partida. 

Ela por si só, não obstante a toda a indiferença criada por si mesma, perpetuaria a sua ausência

de uma forma tão abrupta, que ele jamais sentira e imaginara! 

Mesmo assim e apesar da constante dor que lhe sobejou, desistir está totalmente fora da sua indumentária. 

Eis que em si emerge, a veemente força que sempre lhe residiu interiormente assim como a sua fé inabalável que tanto o caracteriza… 

A caminhada é longa e o tempo ambíguo! 

A sua mente tão profana quão insana, deambula naquele que é, foi e sempre será, o melhor, o maior, o mais ousado e extasiante de todos os seus sonhos… 

Pois metade dele é ausência! 

E a outra, és tu... 

Meu Amor 

Márcio Silva

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LEVE

Leve seja o teu dia 

Como o mais belo alvorecer 

Refulgindo toda a magia 

Que habita no teu ser 

Márcio Silva 

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HOJE

Hoje escrevo sem saber

Se alguma vez tive esse dom

Anseio pela hora de te ver

Para aquietar meu coração

Com o mais nobre sentimento

Que há-de sempre existir

Mesmo diante do maior tormento

Tudo farei para te ver sorrir

Sorriso esse, esbelto e genuíno

Terno, doce e encantador

Tão simples, sincero e sublime

Em mim fez nascer o amor

Amor esse que por ti sinto

É tudo que tenho para te dar

Toda vida correrei o risco

Pelo privilégio de te amar

Márcio Silva 

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ESCÁPULA I

A ti recorro sempre 

Senda da minha infância 

Aturdido permaneço silente 

Inalando a tua fragrância 

Olvidando as minhas mágoas 

Na tua incomensurável beleza 

No deleite das tuas águas 

Absorvo a tua leveza 

Envolto na tua imensidão 

Busco a tua amenidade 

Eterna é a minha gratidão 

Da tua oferenda liberdade 

Refulges o mais esbelto alvorecer 

A linha do horizonte esplêndida 

És a escapula do meu ser 

Imprescindível a tua existência 

Márcio Silva 

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EMERGIR I

Emergindo das profundezas

Onde coabitam os fantasmas

Inúteis são as súplicas e rezas

Que se esvaem nas entranhas

De seres já extenuados

Por toda a sua aquiescência

Neste mundo enclausurados

E pervertidos à demência

De errôneos valores e princípios

Perpetuando a sua sagacidade

Proliferam caminhos ciclícios 

Atrocidando a humanidade

Emergindo lá bem do fundo

Onde moram as incertezas

Há um reino de outro mundo

Com outras gentes e outras belezas

São seres de luz que querem aparecer

Para espalhar toda a sua mensagem

Contrariando quem não os quer perceber

Indo por outro caminho e outra viagem

E assim emerge o poeta e a sua poesia

E todas as letras que pretendem ensinar

Que o mundo mudará um dia

Quando o coração nos homens mandar

Almejando uma nova Aurora 

Para este mundo tão atroz 

Com a veemência de outrora 

Dando às letras a sua voz 

Declamando nova mensagem 

Rejubilando esperança e amor 

Prosseguindo ébria viagem 

Refulgindo o mundo de cor 

Almas simples e luzentes 

Deambulam com volúpia 

Neste mundo transeuntes 

Em eterna utopia 

O que se deseja é um novo amanhecer

E um mundo que seja diferente

Com gente sem medo de morrer

Mesmo que seja de amor sem correspondente

Espalhando uma outra profecia

Enaltecendo o amor incondicional

Continuando a missão iniciada um dia

Sem saber qual seria o final

Só com uma alma enorme de poeta

O objectivo será finalmente alcançado

De coração ardente a paixão aperta

E a escrita emerge num poema abençoado

Escrita a duas mãos por :

Márcio Silva & João Dordio

https://www.facebook.com/MarcioSilvaAuto/