POSSA EU TOCAR-TE

Possa eu tocar-te, da mesma forma que me tocas! 

Não só o coração mas, o mais profundo do meu Âmago, que me extravasa as entranhas… 

Como os arpejos e dedilhados das Arpas ancestrais, que entoam melodias líricas aos Deuses, quando o Astro Rei se põe… 

Como almejo abraçar a lua e tocar as estrelas cintilantes, nas noites de profundo breu... 

Acordando deste sono, de um despertar esquecido, eternamente vivo, em meu ébrio coração…

Neste intenso e incomensurável sentir, abraço este pleno vibrar da vida guardada, com o equilibrado e íntimo vaivém da onda, desse mar onde me deleito… 

Absorto na imensidão, deambulando nas marés, da sua sapiência… 

A pele arrepiada por esses suaves choques eléctricos, cristalizada pelo sal que me mapeia o corpo, desperta toda a volúpia…

Desta entrega D'Almas intemporal, que viram marionetas das mais loucas emoções e se libertam, em êxtase total e extensível a instantes que se repetem, sem pressa, presentes e perfumados a suor, como lava jorrada por um vulcão… 

Márcio Silva 

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ALUCINAÇÃO I

Dou voz às letras, corpo e alma às palavras, com as quais componho suaves melodias que os pássaros cantam ao alvorecer.

O sol vai espreitando tímido, através de uma nuvem enviuvada!

A mesma que de quando em vez, vai deixando cair umas lágrimas por não te ver.

É Outono e as folhas soltam-se deixando as árvores desnudas, bailando sobre a mais leve e suave viração que exala a mais doce e intensa fragrância, o teu perfume…

O mesmo que serpeia ao meu redor todos os dias, todas as noites, a todo o instante extasiando todos os meus sentimentos e sentidos.

Fazendo-me deambular nos mais profundos devaneios, da tua ausência.

Nos silentes gritos desta ébria viagem onde as letras ganham voz, os pássaros cantam melodias e os sinais de trânsito são roubados por argumentos confusos, vou tentando saciar esta incomensurável fome de loucura que me consome. 

Acabei por ser autuado! 

Não só pelo excesso de velocidade, mas também porque além de escrever alcoolizado, conduzia assim também! 

Por sorte não acabei detido, graças ao atestado médico… 

De volta ao teatro onde se abrem as cortinas novamente para mais uma peça, em que o argumento é sobre a demência da minha alma na tua ausência! 

Onde nela viajei, por caminhos absurdos que me revelam, esperando que me devolvas… 

Márcio Silva 

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DIA ESPECIAL

Façamos deste dia tão especial 

A mais sublime festa da poesia 

Para uma memória intemporal 

Com versos cheios de magia 

Pelos Caminhos de Sensibilidade 

Do Amor, paz e esperança 

Levando conforto à humanidade 

Desta família de bem-aventurança 

Com devaneios, sonhos e poemas 

Sonetos, prosas e pensamentos 

Singelas palavras e acrósticos 

Na cumplicidade de meras letras 

Aliviando suas dores e tormentos 

Rejubilando os seus propósitos 

Márcio Silva 

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TEMPO DE FLORESCER

Que maldição é essa que carregas 

Com sementes de dor e destruição 

Quais os princípios que albergas 

Que tens nesse nefasto coração 

É tempo de florescer a esperança 

Semear o Amor, sonhos e bondade 

Cultivar o mundo de bem-aventurança 

Compaixão, carinho e fraternidade 

Que se derramem todas as bênçãos 

Sobre a humanidade tão dilacerada 

Pela soberba e ganância dos vilões 

Estendendo ao próximo as suas mãos 

Que a cada nova Aurora seja criada 

Amor e humanidade em seus corações 

Márcio Silva

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A ESSÊNCIA DO ABRAÇO

Abri os braços para o mundo, como quem se abre para receber o abraço de um amigo há muito tempo distante.

A alma, cansada de carregar o fardo do orgulho, finalmente encontrou alívio ao engoli-lo, deixando-o se dissolver como um doce amargo.

Num gesto de coragem e sabedoria, vesti-me de humildade, deixando que suas vestes suaves envolvessem meu ser, transformando-me em alguém mais leve, mais receptivo.

E então, abracei povos e o mundo, não com a força dos músculos, mas com a ternura do coração, reconhecendo em cada abraço a humanidade que nos une, os sonhos que compartilhamos e a esperança que nos impulsiona para o futuro.

Abre não só os braços, mas também a mente e coração, para que possas voltar abraçar sem receios, tudo o que te faz feliz... 

Liberta a Alma de todos os fardos, escudos, protecções, que mais parecem maldições, que tanto te atormentam de outrora e te aprisionam a cada passo que dás, em tudo que pensas e tudo que sentes... 

Nesse gesto sublime e divina indumentária, desnuda essa Alma ímpar, genuína, deixando brotar essa etérea Essência, revelando a leveza do teu Ser... 

Abraça povos e civilizações, mundos e universos, o céu e a terra, o mar e as estrelas, inclusive o sol e a lua, com esse Nobre Coração e etérea Essência. 

Para que todos possam no futuro sentir, num eterno abraço a esperança e humanidade, impulsionando seus sonhos, pelo magnífico Ser de Luz que És... 

Paula Miguel & Márcio Silva 

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AUTOR

Tu que desnudas a Alma 

Expondo os sentimentos 

Que tens o dom da palavra 

Que alivias os tormentos 

Extravasando as emoções 

Seja em prosa ou poema  

Aquietando os corações 

Nesta fugaz vida terrena 

Nas mais singelas letras 

Entoas lindas melodias

Deixando portas abertas 

Iluminando cinzentos dias 

Aos mais sofridos corações 

Neste mundo escravizados 

Jorrando as tuas orações 

Até serem abençoados 

Márcio Silva 

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EMERGIR

Emergindo das profundezas

Onde coabitam os fantasmas

Inúteis são as súplicas e rezas

Que se esvaem nas entranhas

De seres já extenuados

Por toda a sua aquiescência

Neste mundo enclausurados

E pervertidos à demência

De errôneos valores e princípios

Perpetuando a sua sagacidade

Proliferam caminhos cilícios 

Atrocidando a humanidade

Almejando uma nova Aurora 

Para este mundo tão atroz 

Com a veemência de outrora 

Dando às letras a sua voz 

Declamando nova mensagem 

Rejubilando esperança e amor 

Prosseguindo ébria viagem 

Refulgindo o mundo de cor 

Almas simples e luzentes 

Deambulam com volúpia 

Neste mundo transeuntes 

Em eterna utopia 

Márcio Silva

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